Saturday, January 29, 2005

As eleições



Vêm aí mais umas eleições.



Não deve acontecer nada de novo nem surpreendente nem antes nem depois do dia 20 de Fevereiro.

Estamos habituados às mesmas coisas, às mesmas caras, aos mesmos políticos, às mesmas blagues.


Agora..... parece relativamente consensual que vivemos numa democracia, estruturalmente bem organizada. Ou seja se o povo quisesses que alguma coisa mudasse, tinha agora no dia 20 de Fevereiro uma boa oportunidade.


Podia abster-se, votar em branco, no Partido da Nova Democracia, ou mesmo no inefável Partido Liberal, de que, desde já, este blog se desmarca.


Mas o povo não vai fazer nada disso. A maioria dos eleitores vão votar no PSD ou no PS. Ou seja, o povo quer mais do mesmo.





Porquê?

Porque o povo é tonto e a multidão acéfala?

Não, errado.

Há duas razões para acreditar que é sábia a decisão dos eleitores.



Os portugueses estão ricos. Ainda ninguém reparou mas todos têm casa e segunda casa (maior percentagem da Europa de casa própria), telemóvel (um dos país mais telemobilizados), compram Zara, têm automóvel novo (parque europeu mais novo) apreciam a Quinta e vão ao cinema. Como estão, justamente, contentes e satisfeitos não querem que nada mude. O voto no mesmo de sempre garante o status quo.



Uma segunda razão é que os políticos são no geral muito bons. À excepção dumas ovelhas ranhosas, a maior parte dos políticos é bem falante, utiliza boas gravatas, tem ar de trabalhador, são bem formadas e trabalham muitas horas por pouco dinheiro.



Alguém aí perguntará? São bons? Estão a brincar comigo....



Eu sinceramente, acredito que o problema de Portugal não são os políticos, são os portugueses.


Nauru foi um país que durante muitos anos viveu de merda de pássaro. Os habitantes foram engordando, todos milionários, sem fazer absolutamente nenhum. Um dia a merda acabou, e Nauru hoje em dia recebe refugiados afegãos, financiados pelas Nações Unidas, para pagar as contas da electricidade. Claro que os habitantes emagreceram.



Um dia a merda que nos alimenta, que nem sabemos muito bem de onde vem, também acaba.



Nessa altura os portugueses votarão doutra maneira.




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