Incêndios - Tudo Mentira!
Estão aí os incêndios.
Já muito se tem dito sobre a temática, mas numa linguagem brejeira e tecnicamente mal preparada.
Vejamos os factos.
O número de fogos iniciado em 2005 é maior do que em 1912 mas bastante menor do que 1993.
Por outro lado importa dizer que o número de hectares de floresta ardida (excluídos portanto os hectares não plantados), embora significativo em termos absolutos, foi ultrapassado em vários outros anos. Por outro lado os hectares não nos preocupam, o que nos preocupa é o número de árvores ardidas que por incêndio iniciado é bastante menor do que em 1965 mas ligeiramente superior a 2001. As árvores ardidas também têm de ser relativizadas porque têm de se ter em conta o número de árvores plantadas, pois como é evidente o número de árvores ardidas num hectare incendiado do Alentejo é muito menor do que por exemplo nas Beiras.
Por outro lado é mais grave para efeitos de análise um incêndio apagado do que aceso. Ora como todos sabemos todos os incêndios eventualmente acabam por se apagar.
Mesmo aqueles que se apagam sozinhos por não haver mais nada para arder? Bom em relação a estes, numa análise técnica mais rigorosa, deveriam ser excluídos das análises anteriores o que mudaria completamente a perspectiva sobre a gravidade da situação actual.
Vejamos agora a análise operacional da eficácia performante dos SNPC, vulgo Bombeiros.
Na realidade os bombeiros bombeiam imenso. E como bombeiam muito não se lhes podem ser assacadas responsabilidades. Se analisarmos o número de quilómetros feito por autotanque por hectare ardido veremos que o número quase decuplicou nos últimos 20 anos. E é este tipo de análise que tem sido negligenciado. Por outro lado os bombeiros têm tido apoio político no acesso a novas tecnologias de combate ao fogo, o que terá, para alguns especialistas, aumentado a sua capacidade de apagamento em 32,7%. Ora, assim sendo, não podem ser feitas análises sobre o número de mortes deste ano. São mortes ceteri paribus. Ou seja a eficácia da operacionalidade bombeirística não poderá nunca deixar de levar em conta o número de mortes sem os ponderar pela eficácia acrescida pelas novas tecnologias.
E depois ouvimos os ditos especialistas falar de incêndios sem um mínimo de preparação estatística e de number crunching.
Finalmente para não me querer apresentar como um técnico enfadonho, temos de falar da seca. Toda a gente sabe que já houve anos de pior secas, noimeadamente em 1967 e 2000, para dar dois exemplos. Mas na realidade se dividirmos os dias de seca pelos incêndios causados de modo natural (excluindo obviamente os causados pelo homem, que alteram as relevâncias estatísticas) veremos que esse número ponderado pelos investimentos em equipamento e fardas para os bombeiros mantem-se igual à média dos anos entre 1945 e 1956 o que diz bem do extremismo com que certas realidades são transmitidas aos portugueses.
Bom não me quero alongar mais nesta análise.
Proponho uma reunião entre os diferentes partidos, para que, em estreita sintonia com o Governo e a participação activa de todas as instituições ligadas a estas temáticas, sob o Patrocínio da Presidência da República, reflictamos com calma e reavaliemos conjuntamente as ilações sobre esta nova luz sobre uma realidade ainda desconhecida, e que poderá corrigir desvios programáticos aos planos integrados estabelecidos pelos poderes governantes desde 1974.
Saudações calorosas
Manuel Forjaz
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