Sunday, January 30, 2005

PTP

Paulo Teixeira Pinto




Neste país de clubes, corporações e compadrios há uma história por contar.



Paulo Teixeira Pinto vai à missa todos os dias. É da Opus Dei. Dois factos por si que revelam um carácter e determinação vincados. Por outro lado, é a favor da despenalização do consumo das drogas leves e casou com uma senhora laica e agnóstica.
Mais dois factos que revelam alguma liberdade de escolha e saudável utilização do livre arbítrio.
Em terceiro lugar, é monárquico, o oque lhe confere uma pinta romântica, saudosista e nacionalista.



O BCP começou por ser o banco de Jardim Gonçalves. Foi graças à vontade, liderança e resistência que o banco foi crescendo e transformando-se hoje, - ainda que muito chato - num negócio com rentabilidades adequadas (mas que deverão ter que subir) e a liderar claramente a banca nacional.



As regras que JG usou para escolher o seu sucessor foram as mesmas com que sempre geriu o banco.

Há um determinado tipo de carácter e posicionamento social que são determinantes para se aceder ao topo; ninguém pode esperar uma carreira, pois em qualquer altura qualquer gestor pode ser colocado em lugares absolutamente inesperados, o que limita a possibilidade de gestão de carreira - ou em americano o velho Kiss Arse -; segmentação, pois ao escolher PTP, JG escolhe um homem do mercado. Alguém que apesar de ter reduzidíssima experiência de profit dá bom ar ao banco. O Millennium BCP deixa de ser um banco de velhos. Passa a ser um banco do futuro, liderado por jovens.


Por outro lado garante um insight do lobby religioso, que nos bons e maus momentos poderá ser sempre uma colaboradora fiel.



A escolha é boa.

Saturday, January 29, 2005

Programa Eleitoral do trueLiberal.

Programa Eleitoral do TrueLiberal



1 - Não entra ninguém na Administração Pública. Ninguém. Todas as soluções de substituição têm de vir de dentro. Acelerar formação, gestão por objectivos, auditorias, etc.



2 - Organização do estado - Governo com 10 Ministros. Não há secretários nem sub-secretários de Estado.



3 - Liberdade de candidatura individual, sem partidos políticos, a qualquer órgão de poder.



4 - Aposta no Turismo para a terceira idade da Europa e América, como motor de crescimento, emprego e exportações. Desenvoler novos formatos (turismo histórico, enoturismo,...), criar centros de pesquisa e investigação.
Como subsector apostar na agricultura mediterrância e nos vinhos.



5 - Acabar com a fantasia tecnológica. Esta é uma batalha perdida. Apostar nas ciências das palavras: sociologia, psicologia, ciência política, que não obrigam a patentes e laboratórios com provetas. Até porque temos umas stars portuguesas naquele campeonato.



6 - Na educação: ninguém sai do liceu a dar erros ortográficos e sem saber sistemas de equações a 2 variáveis, e pelo menos a tabuada até aos dez.



7 - Na saúde: até 2010, reduzir para metade o gasto em medicamentos. Portugal é um país cheio de saúde, hipocondríacos e com baixas capitações em genéricos.
Entregar à gestão hospitalar o fim das filas de espera e das condições abaixo de cão por que passam os utilizadores de hospitais públicos.

8 - Fiscalidade e Dinheiro - Fixar em 1000 milhões de euros anuais a captação de impostos escondidos através de uma máquina fiscal a funcionar. Criar prémios para denúncias fiscais, com um sistema de prémios variáveis em função dos impostos captados; reduzir a reforma máxima a 5000 Euros mensais; aumentar a taxa social única para 15%, reduzir a contribuição social para a SS para 17,5%; estimular a criação de empresas relançando, como deve ser, o venture capital;

9 - Na justiça - Submeter a Justiça a um Senado constituído por Presidentes e Primeiros Ministro de Portugal; reformar a lei processual para acabar com os processos ou prescrições de anos;





Sócrates

Sócrates é um bom político.
É giro (embora uma plástica ao nariz não fosse desaconselhável), está bem informado e tem um tique de língua que lhe dá um ar intelectual.



Fã absoluto de Guterres, estava lá quando o PS lhe caíu nas mãos, e estava lá outra vez quando Santana Lopes caíu do Geoverno.

Não tem um ar muito inteligente, mas isso é bom, porque os portugueses têm nojo da excelência. Sardinhas, copos de três e dromedários são as temáticas dominantes dos interesses nacionais.

Onde vai Sócrates acertar?

Vai acertar onde Santana Lopes falhou. No marketing e comunicação. Aconselhado pela LPM, que antes já tinha conselhados Santana, vai conseguir convencer os portugueses que há cosias que estão a acontecer e a mudar, sem que faça por isso absolutamente nada. Vai usar o teleponto, inovar nas conferências de imprensa, que vão passar a ser na Torre do Tombo com miúdas giras, e outros inovações relevantes.



A lógica do socialismo não é reformista, é conservadora e pouco ousada.



Onde vai Sócrates falhar?

Onde Santana quase acertou. Nada, mas absolutamente nada de relevante para o futuro do país vai acontecer. Apesar de tudo no governo PSD aconteceram - quer dizer, quase aconteceram, mas pelo menos aparentavam vontade em que acontecessem - quatro coisas importantes: os genéricos, a lei do trabalho, a lei das rendas, o fim das scuts.



Com Sócrates niente. zip.

E Sócrates vai para casa daqui a quatro anos. E o país estará na mesma.


As eleições



Vêm aí mais umas eleições.



Não deve acontecer nada de novo nem surpreendente nem antes nem depois do dia 20 de Fevereiro.

Estamos habituados às mesmas coisas, às mesmas caras, aos mesmos políticos, às mesmas blagues.


Agora..... parece relativamente consensual que vivemos numa democracia, estruturalmente bem organizada. Ou seja se o povo quisesses que alguma coisa mudasse, tinha agora no dia 20 de Fevereiro uma boa oportunidade.


Podia abster-se, votar em branco, no Partido da Nova Democracia, ou mesmo no inefável Partido Liberal, de que, desde já, este blog se desmarca.


Mas o povo não vai fazer nada disso. A maioria dos eleitores vão votar no PSD ou no PS. Ou seja, o povo quer mais do mesmo.





Porquê?

Porque o povo é tonto e a multidão acéfala?

Não, errado.

Há duas razões para acreditar que é sábia a decisão dos eleitores.



Os portugueses estão ricos. Ainda ninguém reparou mas todos têm casa e segunda casa (maior percentagem da Europa de casa própria), telemóvel (um dos país mais telemobilizados), compram Zara, têm automóvel novo (parque europeu mais novo) apreciam a Quinta e vão ao cinema. Como estão, justamente, contentes e satisfeitos não querem que nada mude. O voto no mesmo de sempre garante o status quo.



Uma segunda razão é que os políticos são no geral muito bons. À excepção dumas ovelhas ranhosas, a maior parte dos políticos é bem falante, utiliza boas gravatas, tem ar de trabalhador, são bem formadas e trabalham muitas horas por pouco dinheiro.



Alguém aí perguntará? São bons? Estão a brincar comigo....



Eu sinceramente, acredito que o problema de Portugal não são os políticos, são os portugueses.


Nauru foi um país que durante muitos anos viveu de merda de pássaro. Os habitantes foram engordando, todos milionários, sem fazer absolutamente nenhum. Um dia a merda acabou, e Nauru hoje em dia recebe refugiados afegãos, financiados pelas Nações Unidas, para pagar as contas da electricidade. Claro que os habitantes emagreceram.



Um dia a merda que nos alimenta, que nem sabemos muito bem de onde vem, também acaba.



Nessa altura os portugueses votarão doutra maneira.




Thursday, January 27, 2005

Luís Delgado

Vai ficar com a Lusomundo Media.



Primeiro porque é um fanático de Pedro Santana Lopes.



Como o PSD vai passear nas eleições vai precisar de uma voz no mandato socialista.

Por outro lado ele tem mais informação sobre o negócio e respectivo concurso do que qualquer outro licitador. E a informação sobre os negócios, sobre as pessoas sobre os produtos e mercados é o bem escasso num concurso deste género.


Parabéns Luís.