Monday, February 14, 2005

A Eslovénia, o meu filho e Canaletto (ou será com lls??)!

O IB (Índice Bigodal)





Há muitas maneiras de medir a riqueza e desenvolvimento do país (desde o PIB per Capita, o IDH, etc).

Contudo todas elas são incompletas.

Fui à Eslovénia e vi que o país, apesar de ter um PIB per capita superior ao nosso é menos desenvolvido do que Portugal.

Como saber isto?
Criei um índice, muito simplificado (tal como o McIndex do The Economist) que se obtém contando o número de homens com bigode (só bigode, não barba com bigode, nem bigode com outras pilosidades faciais) em cada 100 metros de passeios a pé numa zona histórica antiga duma cidade (só válido para centros históricos activos (com comércio, restauração, etc) e cidades com pelo menos 100 mil habitantes (em contagens efectuadas entre o fim do trabalho e a hora do jantar).


Em Portugal esse valor oscila entre os 2 e 3,5, dependendo da cidade (contagem efectuada em Fev. 2005). Na Eslovénia essa valor ultrapassa largamente os 6.



Os países mais desenvolvidos apresentam os índices mais baixos. Portanto Portugal é ainda mais desenvolvido do que a Eslovénia.







O meu filho
Muitas vezes dizemos que os nossos filhos isto e aquilo, que só gostam de TV e PlayStations, que não gostam de nada, que não têm vocação e interesses.

Numa viagem de seis dias entre a Itália e Eslovénia o meu filho de 11 anos conseguiu aprender e gostar de: Itália e italianas, Vicenza, Verona e Venezia, do estádio S. Siro e do futebol Inter-Roma, da micro-história da Jugoslávia, da Eslovénia, Laco Bled e Grutas do Proteus, de distinguir um Canaletto dum quadro da Paula Rego. Seguiu tudo com interesse, alegria e participando em tudo desde a escolha do itinerário até ao restaurante.

Também somos responsáveis.
E os nossos filhos nunca são uma guerra perdida.
MF
PS: Desenvolvido - Qualidade dos cuidados de saúde, educação e segurança social garantidos, liberdade de imprensa e política, segurança pública, forte pendência ecológica, contas públicas equilibradas.

Tuesday, February 08, 2005

O meu primo!!

A jantar ontem com alguém que tinha conhecido há alguns minutos conversávamos sobre a definição de felicidade. Ser um liberal feliz em 5 passos:
- Acordar de manhã e ter muitas coisas para fazer; viver a vida devagar aproveitando todas as grandes, pequenas e minúsculas graças que ela nos concede; comprar uns sapatos Tods; ter dinheiro para pagar as contas todos os meses; conceder-se uma indulgência uma vez por outra; não ter espaço à mesa nos aniversários para todos os amigos e familiares que se queriam convidar; ter um segredo que não se pode contar a ninguém; conseguir ir para a cama e dormir, de vez em quando pensar e fazer qualquer coisa pelos outros.
Se a isto se juntar uma saúde equilibrada, bom humor e a capacidade de se rir de si próprio, está feito o pacote.
Não é assim tão complicado.
Um liberal feliz
MF
PS:O meu primo ligou e perguntou-me? Mas o que é que eu faço aí no teu blog?

Não sei, mas fazes-me feliz, há pessoas assim....

Tuesday, February 01, 2005

Luis Fernando Veríssimo

Um surfista pobre e ignorante foi surfar para uma ilha longínqua.
Quando lá chegou foi tratado como um semi-Deus e casou com a filha do rei.
Um dia, quando regressou de férias a casa perguntaram-lhe: O Que aconteceu?
E a filha do Rei respondeu:
-Ao poisar o pé em terra ele repetiu as palavras que os profetas já tinham prenunciado na boca do Deus vivo.
E os pais perguntaram:
-E quais foram essas palavras?

E o surfista respondeu: Ahhhh, não lembro, julgo qui fôi "Oi macacada!!"
Regressaram os dois à ilha e um dia um vulcão acordou.
Os aldeãos reuniram-se a proximaram-se da boca do vulcão e disseram ao Deus vivo:
- Ou apagas o vulcão ou temos de te atirar lá para dentro.

O surfista respondeu:
Tô fodido.

E o vulcão apagou-se.
E o surfista e Sirtari continuaram juntos por muito tempo.
(Adapt. livre de Luís Fernando Veríssimo)

Esta é a história que o genial Luís Fernando Veríssimo escreve este fim de semana no Expresso.
Definitivamente, a melhor página da imprensa nacional. A criação, a surpresa, a beleza poética e trágica dos enredos, a simplicidade da escrita, a empatia com a vida de todos nós de todos os dias. E Sábado está ainda tão longe.