Wednesday, November 30, 2005

O Ser Liberal já tinha dito....

Nós já tínhamos dito, agora é a Autoridade...



Sunday, November 27, 2005

Farmácias

As farmácias constituem o mais poderoso lobby de Portugal.
A ssua associação nada em cash, e o voto atomizado de mais de 2000 sócios confere aos directoras da associação o poder quase absoluto. Mesmo face aos gigantes da indústria...
Qual o poder de facto?
O poder do alvará, de atribuir uma licença.
São tão altas as dificuldades que é praticamente impossível abrir uma farmácia nova.
Quando as regras mudarem, a associação passa a ser mais uma.
Embora já com activos muito consideráveis...
Nessa altura factura o consumidor. Que tem mais duma farmácia perto de sua casa. Que tem preços diferenciados. Que seguramente terá níveis de serviço diferentes. Até entrega doméstica.

A Acumulação



Quanto deve um empresário poder acumular?
Tanto quanto conseguir?
Quanto deve retornar à sociedade?
Quando no primeiro mandato de Bush, os republicanos tentaram reduzir o imposto sucessório os dois homens mais ricos da América opuseram-se.
Queriam pagar os impostos devidos.
Bill Gates disse que tunha deixado de lado um bilião de dolares para a sua filha e que ela não precisaria de mais.
Warren Buffett disse algo de semelhante.
Os dois homens mais poderosos do mundo não queriam levar o dinheiro para o caixão.
Queriam devolvê-lo à sociedade que lho tinha confiado durante algum tempo.
Esta é a essência do capitalismo.
Acumular, viver, devolver.

Tuesday, November 08, 2005

Paris Brule


Pierre Bourdieu descreve em "La France qui parle" mil razões para o que acontece em Paris.
Os guetos nacionais, a vergonha dalgumas profissões, a disparidade de rendimentos, o inferno dos quotidianos cidade-arredores-cidade, as famílias encolhidas, a falta de redes de apoio ou networks de integração...As razões são muitas e estão lá para quem as quiser ler, numa obra prima da antropologia moderna.
E o incentivo?
Duas anordagens são possíveis para o fenómeno:
1)O incentivo é individual - Cada um dos participantes nesta guerra, luta por si, numa catarse regeneradora da sua explosiva infelicidade. A quase certeza de impunidade, a crescente tolerância dos sistemas de justiçã, os 15 segundos de visibilidade na TV nacional são os confortos que atenuam qualquer receio de retalização.
E ao fim do dia, chegam a casa, exaustos das suas batalhas, um pouco menos suicidas e um pouco menos bombistas. Massacrados pelas ideologias anti-americanas, anti-globalização, anti-consumo, anti-tudo, também querem ser anti qualquer coisa. Por qualquer razão. Não pretendem nada, não lutam por nenhuma objectivo, apenas serem anti Sarkozy , anti-pol´+icia, anti-ordem.
2)O incentivo é colectivo - Pertencer ao grupo dos que se queixam, dos que participam, não ficar isolados nos acomodados. Pertencer a grupos muçulmanos, a gangs de rua, a gangs nacionais passa falsa uma sensação de pertença, que diminui o isolamento individual aumentando a integrabilidade dos sós residentes da periferia.
Reflexão porventura mais interessante é saber quem ganha com isto.
1)Em primeiro lugar, caladinhos para não parecerem parte interessada, a extrema-direita não deixará de facturar com as suas promessas anti-imigração, maior segurança e repressão, ensino mais moralistas, etc.;
2)Os grupos extremistas, que muito pouco preocupados com a imagem pública, conseguem com estes tour de force arregimentar mais facínoras para as suas lides bombistas, criando em simultâneo mais conteúdo para os sseus media clandestinos, como a net; tudo o que é bom é Allah, tudo o que é mau é ocidental e perecerá;
3)Os media que têm boas fotografias e motivos para vender uma data de produto;
Não seja este um movimento orquestrado, a guerra acabará brevemente (semanas); libertos da sua pressão revolucionária, exaustos pelo cansaço, desopilados, os incendiários regressarão a casa, e dormirão tranquilos depois destas sessões de psicanálise colectiva; os problemas manter-se-ão latentes nas mesmas regiões e bairros; sem solução....
Porque se o mundo globalmente evolui em média bem para a maioria, as minorias maiores continuarão a ser o mexilhão que está sempre fodido. Ou mesmo que não esteja, sente-se....

Friday, November 04, 2005

"...we just want to say one thing, civilization is a failure...."


Disseram os System of a Down ao receberem um Prémio MTV, ontem à noite num espectáculo a que assistimos no Pavilhão Atlântico.
Curiosas incongruências.
No dia anterior, no jantar que já tínhamos descrito, conversámos com o guitarrista (que ontem destruíu a gitarra no fim do show, saindo de ombras baixos...), numa conversa calma e amena.
Em que ele falou e usou vocábulos burgueses, atitudes, vontade e sonhos de classe média enquanto comia foie-gras e champagne francês.
Um pouco antes tinha falado Bob Geldorf a agradecer o prémio "Free your Mind". Falou bem e com credibilidade por tudo o que já fez, sobre a necessidade de todos combatermos a desatenção e inacção do mundo ocidental às 30 mil crianças que morrem à fome ou de doenças facilmente tratáveis, em África, todos os anos.
Quantos de nós falamos com este lastro de autoridade moral?
Quando um artista citou o nome de Bush, o pavilhão ia caindo.
Andamos informados ou desinformados? Urramos ou temos mesmo vontade de participar?
E quem tem vontade de mudar o mundo porque não o faz?
Porque não somos capazes de nos libertar dos outros, da mole, da populaça, para seguirmos o nosso caminho? Poruqe somos tão socialistas?

Thursday, November 03, 2005

Wow!

Ontem fui ao Jantar dos Artistas da MTV.
Falámos com a Shakira, o Justin qualquer coisa, os Foo qualquer coisa, as Sugar qualquer coisa, os 50 qualquer coisa, e vimos muitos mais de que não fazemos absolutamente ideia nenhuma de quem sejam. Não apareceram o Robbie e a Madonna.
Algumas reflexões:
O Palácio de Xabregas é lindo em qualquer lugar do mundo.
O Presidente da MTV disse que nunca tinham sido tão bem recebidos em nenhumna das galas anteriores.
Os artistas apresentaram-se normalmente. Jeans e Ténis eles, elas de minis e sapatos brancos!! (provavelmente pensavam que em Portugal era sempre Verão. No meio de tanta estrela eu não era absolutamente ninguém, mas com todos os artistas, fomos sempre inicialmente apresentados ou pelo DG da MTV em Portugal ou por uma amiga bossona da MTV Internacional, fomos tratados cnormalmente, sem achaques pindéricos. Só à Shakira (que tem menos de 1 metro e sessenta) me fui apresentar, disse o meu nome "Hey Shakira, I am Manuel, nice to meet you", ao que ela responde "Hey! Nice dinner". E a partir daí falámos de várias coias, inclusivé da loucura que os meus filhos têm por ela.
Sobre tudo falámos à vontade, sem estrelismos, sem merdas. Só houve uma estrelice, foi quando rocei a hipótese de lhe tirar uma foto (para mostrar aos filhotes e no escritório) ela disse imediatamente "Better not".
Paraceu.me bem informada, com a cabeça bem arrumada. Estava ao natural, sem maquilhagem e com roupa de menina.
Alguns guarda costas acompanhavam as estrelas. Um deles, russo, parecia uma armário e acompanhava umas pequenas de mini, teens, carregando as suas malas, e nunca as largando de vista.
Quando elas o chamavam com aceno de mão, ele trazia-lhes as carteiras.
Algumas crianças, filhas de artista, brincavam, sózinhas, ou entre elas.
Ninguém fumava, abertamente. Quem o queria fazer aproximava-se das janelas.
A comida era exótica, e o sushi estava muito bom, tudo bem coordenado pelo Olivier.
Simpático.