Wednesday, July 13, 2005

Carta aberta ao PM!

Caro Sr. Primeiro-Ministro.

Venho por meio desta comunicação manifestar meu total apoio ao seu
esforço de modernização do nosso país. Como cidadão comum, não tenho
muito mais a oferecer além do meu trabalho, mas já que o tema da moda
é Reforma Tributária, percebi que posso definitivamente contribuir
mais.

Vou explicar: Na actual legislação, pago na fonte 31% do meu salário
(20 para o IRS e 11 para a Segurança Social). Como pode ver, sou um
cidadão afortunado. Cada vez que eu, no supermercado, gasto o que o
meu patrão me pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19% para si
(31+19P).

Sou obrigado a concordar que é pouco dinheiro para o governo fazer
tudo aquilo que promete ao cidadão em tempo de campanha eleitoral. Mas
o meu patrão é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75%
daquilo que me paga para a Segurança Social. E ainda 33% para o Estado
(50+23.75+33+6.75).

Além disso quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo
os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com
quase metade das verbas envolvidas no caso.

A minha sugestão, é invertermos os percentuais. A partir do próximo
mês autorizo o Governo a ficar com 100% do meu salário. Funcionaria
assim: Eu fico com 6.75% limpinhos, sem qualquer ónus mas o Governo
fica com as contas de:

* Escola,

* Seguro de Saúde,

* Despesas com dentista,

* Remédios,

* Materiais escolares,

* Condomínio,

* Água,

* Luz,

* Telefone,

* Energia,

* Supermercado,

* Gasolina,

* Vestuário,

* Lazer,

* Portagens,

* Cultura,

* Contribuição Autárquica,

* IVA,

* IRS,

* IRC,

* IVVA

* Imposto de Circulação

* Segurança Social,

* Seguro do carro,

* Inspecção Periódica,

* Taxas do Lixo, reciclagem, esgotos e saneamento

* E todas as outras taxas que nos impinge todos os dias.

* Previdência privada e qualquer taxa extra que por ventura seja
repentinamente criada por qualquer dos Poderes Executivo, Legislativo
e Judiciário.



Um abraço ao Sr. PM e ao Senhor PR e muito boa sorte, do fundo do meu
coração!

PS: Podemos até negociar o percentual!!!

Tuesday, July 12, 2005

Admirável mundo novo? Ou porque a India ganha e os EU perdem empregos.

O Ser Liberal sugere fortemente a leitura do artigo do New York Times
http://www.nytimes.com/2005/07/12/opinion/12mehta.html?th&emc=th
onde o autor explica como os filhos americanos dele provavelmente terão de procurar trabalho na India.

Ainda que carregado ideologicamente, a lógica é muito interessante.
MF

Monday, July 11, 2005

Ter uma PME em Portugal

"Errar é humano. Culpar outra pessoa é política" Woody Allen



Sou um pequeno empresário nacional.

Licenciado em Economia, doutorando no ISCTE, experiência de gestão de topo em multinacionais de consumo, distribuição e media.

Facturo cerca de um milhão de euros, emprego 14 pessoas, a empresa tem crescido cerca de 50% anualmente, paguei IRC nos últimos 4 anos, e os meus clientes são as maiores empresas nacionais e multinacionais a trabalhar em Portugal. Pertenço a consórcios internacionais e uma das directoras da empresa coordena um dos grupos de trabalho de uma associação internacional das maiores empresas mundiais do sector.

Recebemos nos últimos três anos, além de diversos convites para vender serviços no Brasil, múltiplas propostas de parceria.

Como todas as micro empresas nacionais, vivemos o drama da tesouraria. Crescimentos desta ordem exigem capitais próprios crescentes.

A banca, ao contrário do que pensa o nosso presidente não empresta dinheiro a quem precisa. Só a quem já tem o suficiente, ou a quem não precisa.


Após uma selecção de perfil, contactei então as empresas de capital de risco (venture, seed, development,...) operar em Portugal.


Enviámos nove apresentações com uma brevíssima apresentação da empresa a requerer marcação de reunião para apresentarmos o nosso projecto:

Apenas uma (11,11%) nos contactou na semana seguinte; as outras oito (88,88%) foram por nós contactadas passadas duas semanas;

Destas oito, cinco tinham perdido o email, não sabiam onde estava, não sabiam "de que assunto se tratava"; foi re-enviado o email, que passadas três semanas continua sem resposta;

Uma destas oito acedeu a reunir e comunicou-nos que o investimento que pretendemos não se enquadra;

Mantemos contacto com outra;

A última informou-nos por carta que não estava interessada;

A empresa tem know-how, experiência e muito boa reputação nos mercados onde opera, um quadro de gestão bem preparado, metodologias altamente inovadoras e um retorno financeiro muito interessante.

Vamos tentar em Espanha. Ou talvez vender a empresa a uma multinacional.

Até breve.

Manuel Forjaz

vdois@mail.telepac.pt


Wednesday, July 06, 2005

Direita Liberal

Fui ontem a um encontro da Direita Liberal.
Verdadeiro happening social, apareceu gente demais que encheu e transbordou o Nicola (que, já agora, está a servir uns grandes bifes, por um preço bem razoável....).
Falou Vicente Jorge Silva, depois António Pires de Lima, tudo muito bem moderado por Miguel Cotinho que moderou pouco e disse que a iniciativa não foi patrocinada pelo Diário de Notícias!! Como se em Portugal, e contrário da maioria dos países anglo-saxónicos, e bem na minha opinião, fosse correcto um jornal patrocinar iniciativas políticas...e mesmo fazer opções por candidatos, como o faz sempre o New York Times pelos candidatos do Partido Democrata.
Notáveis, notáveis, poucos de peso académico ou intelectual. De peso, faltaram João César das Neves e João Carlos Espada, os conservadores mais bem preparados e informados deste país, mas talvez pouco liberais...
Algumas crianças do PP aparaceram, mais à direita do que a maioria,que fizeram perguntas para as pessoas saberem que eles existem.itas perguntas no fim e o que começou às 21h30m acabou às 23h45m.
Sugestão: O formato de tertúlia como o que cabe no Nicola não encaixa toda a gente, é feito para 10 a 12 pessoas que se conhecem e trocam ideias regular e frequentemente. Talvez uma sala de hotel com uns digestivos e os oradores no centro pudesse ser uma alternativa. Mas enfim...
Algumas ideias principais:
1 - Emídio Rangel perguntou: "O que pretendem voc~es? O que pretende a Direita?
Este pergunta ficou sem resposta. Representar a voz dum conjunto de cidadãos foi o mais aproximado. Faltou dizer se pretendem o poder, influenciar o poder, organizarem-se, combater o predomínio da esquerda, simplicar ideias e opções, enfim, faltou dizer quase tudo;

2 - Liberdade Económica - O liberal defende a igualdade de oportunidades no acesso ao capital, na ultrapassagem da burocracia, etc.;

3 - O que é a direita? Pires de Lima fugiu a esta resposta rejeitando epítetos e classificações simplórias. Não lhe importam as formas, mas sim as opções e movimentos.

4 - Temas fracturantes - Aborto

Também pouco polemizante e esclarecedor. Pires de Lima disse que a sua posição estava entre a liberdade de escolha (normalmente da mulher) e o direito à vida e que as abordagens feitas entre as duas facções em combate eram pouco esclarecedoras

5 - O que eu penso

Ser de Direita é ser conservador nos costumes (organização sócio-emocional da sociedade); ser liberal é conceder amplia liberdade ao indivíduo no seu conjunto de opções de vida.

Pessoalmente sou a favor: da liberdade do consumo de drogas; da liberdade do suicida; da liberdadade da eutanásia;
Pessoalmente sou contra: os casamentos de homossexuais (mas sou a favor das uniões de facto); sou contra o aborto em qualquer circunstância; a obrigatoriedade de utilização do capacete quando ando de mota; a obrigatoiredade da utilização do cinto de segurança; os carros saírem das fábricas a andar mais do que 120km/h; a incongruência de se venderem na rua produtos que matam (cigarros); o ensino obrigatório; a existência dum Bilhete de Identidade; a obrigatoriedade de contribuir para o Estado tomar conta da minha reforma



Ou seja sou a favor de tudo o que o indivíduo possa fazer sem afectar os outros, sou contra tudo o que nos limita a liberdade sem razões para isso.
Confuso isto...
Manuel